Hoje vim aqui apresentar um artigo muito bacana que achei nos googles da vida e comentar um pouco sobre ele.
(Ele está disponível para download no final desse post)
É uma pesquisa de campo sobre como os games podem influenciar na aprendizagem, inclusive os violentos. Logo no começo do artigo vem uma frase fantástica, ele diz que a visão de que os videogames deturpam o comportamento dos jovens, tornando eles violentos, é uma visão simplista. O artigo mostra pesquisas em que os jovens estão deixando de assistir TV para mexer em seus consoles, o que torna o videogame o "malvado" da história para a televisão, por isso uma visão tão deturpada dos jogos. Fenomenal.
Essa visão maniqueísta é claramente vista pela mídia brasileira também, as vezes de uma forma discreta, ou até mesmo escancarada, eles botam os games como algo ruim, onde o jovem se isola e esquece das relações sociais, se torna depressivo e até mesmo entra em escolas e mata crianças, tudo isso sem um embasamento científico verdadeiro e com adjetivos muito tendenciosos.
Mais pra frente, ele descreve como os games ajudam na elaboração de informação, e destaca uma citação que acho extremamente importante botar aqui:

"Os jogos virtuais possibilitam aos usuários se relacionarem com vários aspectos
simultaneamente, como a memória (visual, auditiva, cinestésica), a orientação
temporal e espacial (em duas e três dimensões), a coordenação sensório-motor (ampla
e fina), a percepção auditiva, a percepção visual (tamanho, cor, detalhes, forma,
posição, lateralidade, complementação), o raciocínio lógico-matemático, a expressão
lingüística (oral e escrita), o planejamento e a organização (SILVA, 1999)."

Tá bem explicitado, os jogos tem uma série de elementos que ajudam na memória e também na coordenação dos gamers. Já vi inúmeras pesquisas sobre os games ajudarem na coordenação motora e isso não é mais novidade, e só reforça que nossos joguinhos tem sim mais benefícios do que malefícios.
Achei muito interessante ele se utilizar do jogo Counter Strike como exemplo, já que foi (e ainda é), um game de muito sucesso e sofreu críticas das mães desesperadas enquanto seus filhos passavam noites na lan house. Aliás, jogos de FPS em geral são os mais criticados com os argumentos de que "ensinam as crianças a usar armas" (sim, eu já vi esse tipo de comentário, acredite).
Ele descreve todos os processos cognitivos que Counter Strike pode oferecer, alguns termos são bem específicos da área de Psicologia, mas o mais importante foi mostrar que o game leva o jogador a esforçar suas áreas cognitivas, sua atenção, sua memória para poder ser jogado, e até mesmo o inglês. Afinal, atire a primeira pedra o gamer que não aprendeu ao menos uma palavra em inglês e até hoje não esqueceu.

Aos poucos, o artigo vai explicando sobre o universo gamer, até cita o Fórum de Jogos Uol, onde mostra que existem relações sociais por trás de um jogo, além de seus benefícios cognitivos.
Todas as partes do artigo são importantes, mas como quero que vocês leiam e não fiquem apenas na minha humilde opinião, vou destacar o que ele diz sobre a tecnologia.
O homem é um ser racional e capaz de usar de linguagem, esse salto evolutivo permitiu que criassemos tecnologias para vivermos melhor, desde a manipulação do fogo até o carro. Criticar apenas por criticar uma tecnologia é desconsiderar toda essa evolução e todo o avanço que os homens obtiveram e ainda vem obtendo (mesmo que isso signifique destruir a natureza, mas isso é outra questão). Enfim, ele cita o pós-humano, que é algo muito iminente. O fato de misturar nossas características com as de uma tecnologia que criamos, caaaalma, não é ficção científica, você já faz isso hoje em dia... sim! Os games deram um salto nisso, eles permitem que você interaja de forma cada vez mais única com eles, e de um jeito cada vez mais bem detalhado, bem desenhado, possibilitando que você praticamente entre dentro do jogo (e um dia nós poderemos entrar sim!).  E ele até cita o Second Life, com mil possibilidades de interação, de customização, e não só ele né gente, hoje os MMORPGS também estão cada vez mais interativos, mais customizados, estão cada vez mais a sua cara. Eita, dá medo não?
Enfim, só lembrando que o artigo não é de minha autoria, embora eu espero que um dia faça um tão bom assim, e peço que leiam, pois meu resumão foi só pra deixar um gostinho de quero mais em vocês!
artigo-games-como-emuladores-de-informac-o-e-aprendizagem.pdf
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Mauker
5/14/2013 01:24:31 pm

Concordo em "genero e grau" com a questão dos games desenvolverem diversos aspectos cognitivos nas pessoas. Embora ainda sejam muito vistos como os "grandes vilões" quando se trata de violencia, estudos como esse estão ai para aos poucos irem provando o contrário, para que então os reais problemas da violencia possam ser tratados...
Claro que também qualquer coisa em excesso faz mal, e os games não são exceção! Mas ai entra o "bom senso" de cada um, e talvez até a interação dos pais com seus filhos para que eles tenham seus horários controlados.
Fora isso, game on!

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