Quem teve ou jogou em um Atari, um Nintendinho ou até mesmo um Nintendo 64 se lembra com nostalgia dos games que jogavam, com certeza foram jogos que marcaram a infância e adolescência de muitas pessoas. Muitos deles receberam prêmios, críticas positivas e foram nominados como os jogos que marcaram história. Logo, a resposta imediata a essa pergunta seria não. Porém, esses jogos utilizavam os recursos de sua época, logo não havia comparação, eram os melhores gráficos que poderiam criar no momento, e apesar disso, outros pontos chamavam muito a atenção neles, mesmo sendo "feiosos", que era a jogabilidade, a história, a dificuldade, a trilha sonora, entre outros.
A questão de gráficos foi só sendo realmente discutida como um ponto super importante agora, com os recursos que permitem dar o máximo de detalhe possível em cada elemento do jogo. A diferença ficou clara quando começaram a comparar os consoles da Nintendo com os da Sony e da Microsoft.
É um fato, o Wii teve gráficos inferiores ao seus concorrentes de mesma geração, e foi amplamente criticado por isso, mas mesmo assim, conseguiu vender mais que seus rivais. A nostalgia sempre é o elemento chave da Nintendo, mesmo com gráficos infantis e com uma definição inferior, porém, há de se admitir que a alta definição proposta pela Sony e também contida nos Xbox deixa qualquer um de boca aberta, e é o principal argumento da maioria dos gamers hoje em dia.

É difícil falar em gráfico sem especificar sobre o que está a se falar. Existem gráficos realísticos, que demonstram o máximo de fidelidade com a realidade possível, mostrando até as espinhas e poros dos personagens, que são desenhados para se assemelhar com humanos. Existem também gráficos artisticos, que tem uma boa definição e um desenho muito original, onde a preocupação não é se assemelhar com o real, se tornando bem cartunesco. Em ambos, o Playstation 3 conseguiu cumprir bem o seu papel, jogos como Halo e Little Big Planet nos mostram um pouco sobre isso.  Em questão de gráficos realísticos, é possível citar muitos FPS com cenários incríveis e armas detalhadas, assim como as texturas, as sombras e a regulação de brilhos dependendo do lugar onde se está também são feitos com maestria.
A alta definição chama a atenção, é bela, e atrai os gamers. Logo, é uma estratégia de marketing muito poderosa atualmente. Porém isso não se basta, gastar tempo para produzir o melhor gráfico da atualidade e esquecer da história, da jogabilidade e da trilha sonora, é um game jogado no lixo.
Atualmente o que mantém os jogadores é a possibilidade de jogar de novo e de novo, de ter sempre novas tarefas a se fazer, quests, DLC's divertidos e modos cooperativos. Se um jogo com gráficos bonitos não conseguir segurar o jogador por horas a fio obtendo experiências do tipo, a crítica cairá em cima, o jogo se tornará obsoleto. E não só isso, mas também como a engine utilizada para se produzir o jogo, games como Portal 2 estão longe de serem os mais bonitos e bem detalhados, porém lhe permite experienciar uma jogabilidade muito boa, com ótimas noções de física e conteúdo original. Portanto, deve-se pensar quanto tempo os jogadores irão gastar jogando aquele jogo, quanto mais tempo, mais eles estão gostando, mais eles voltarão a jogar.
Os gráficos são a primeira impressão, sempre, os trailers de jogos sempre são belos, mostram o que há de mais bonito no game. Porém, essa impressão pode sumir rapidinho ao se deparar com uma jogabilidade ruim, ou a falta de criatividade.
Então, os gráficos importam sim, mas são apenas uma capa bonita, a experiência de uma boa renderização, boas texturas, boas sombras e movimentos podem se casar perfeitamente com criatividade, enredo, trilha sonora e outros modos de jogo. Jogar se tornou tão complexo que não é mais simplesmente zerar e olhar para uma árvore bonita e bem feita. Jogar é permanecer naquele jogo por muito tempo, é se divertir, é poder dividir suas experiências, pegar achievements. Logo, quando alguém disser que gráficos são o principal quesito do jogo, essa pessoa está desconsiderando todo um trabalho de jogabilidade, de criação e de produção, está desconsiderando um game como um todo. A obra de arte não é apenas beleza, como também conteúdo.



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